O Grupo CCR, renomada empresa de concessão de infraestrutura, serviços e transporte no Brasil, está estudando a implementação do primeiro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) movido a hidrogênio verde no país. Marcio Hannas, presidente da CCR Mobilidade, enfatiza que o potencial brasileiro para a produção de energia limpa, combinado com a ausência de uma infraestrutura ferroviária consolidada, pode tornar o projeto uma realidade. A inspiração para essa iniciativa surgiu após observações de experiências bem-sucedidas com VLTs e trens movidos a combustíveis sustentáveis em países da Ásia e Europa.
“Há todas as condições climáticas e disponibilidade de água no Brasil para produzir hidrogênio verde. Acreditamos que o Brasil está preparado para ser um protagonista na implementação de ferrovias a hidrogênio, uma solução que pode desempenhar um papel significativo no cenário ferroviário do país”, destaca Hannas.
Embora o custo operacional de um trem movido a hidrogênio seja superior ao movido a energia elétrica, Hannas sugere que o investimento estrutural tende a ser mais baixo. Essa economia se deve, em parte, à redução nos custos de manutenção, como cabos para rede elétrica, além de mitigar problemas como roubos de fios de cobre, comuns no Brasil.
Após visitar a Coreia do Sul e a Alemanha para compreender os serviços de mobilidade, Hannas destaca a diversidade nas abordagens desses países em relação ao hidrogênio verde. Enquanto os asiáticos adotaram o VLT devido à escassez desse modal nas cidades coreanas, os europeus viram potencial nos trens intercidades movidos a hidrogênio. No contexto brasileiro, Hannas acredita nas possibilidades tanto para VLTs quanto para trens intercidades.
Em relação à localização do projeto piloto, a Bahia desponta como uma candidata, considerando a proximidade com centros de produção de hidrogênio verde. Hannas enfatiza que, inicialmente, não há expectativa de participação do poder público no projeto, e o investimento dependerá da localização específica escolhida.
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