Izidorio Cavalcanti estreia exposição “Silêncio Retumbante” no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo com obras inéditas e performances

O artista pernambucano Izidorio Cavalcanti inaugura, neste sábado (29/11/2025), a exposição “Silêncio Retumbante” no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, em São Paulo. Com curadoria de Ariana Nuala, Rebeka Monita e Rosa Couto, a mostra individual reúne obras inéditas e parte do acervo histórico do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), do Recife, destacando instalações, pinturas, esculturas e videoperformances. A abertura inicia às 13h, seguida pela performance Rasgando o Branco, às 14h.

A exposição propõe desestabilizar o espectador, desafiando a percepção tradicional de ver e ouvir. As curadoras afirmam que Cavalcanti “não pinta o branco, ele o desestabiliza”, promovendo um diálogo entre matéria, forma e experiência sensorial.

O público encontrará obras como “Suíte nº 1 para lavar roupas” (2006), que utiliza sabão em pedra acumulado nas paredes, e “Velocidade e peso da gravidade” (2006), com milhares de piões cortados que exploram sistemas de equilíbrio. Segundo as curadoras, “a matéria não serve à forma, ela pensa a forma”, evidenciando a relação entre cotidiano, gesto artesanal e descarte urbano.

Obras inéditas e séries recentes

Entre as novidades, destaca-se a pintura “Caminhando no lúdico” (2025), criada especialmente para esta edição, e a série “Meu tiro no peito” (2019–2025), composta por camisas bordadas que transformam a dor em superfície tátil, evitando tanto o espetáculo quanto o lamento.

A mostra posiciona a experiência negra como potência de criação, não apenas como tema de representação, colocando o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo como espaço de fricção sensorial e crítica institucional.

Experiência sensorial e crítica institucional

“O som pesa, e o silêncio, longe de conter, faz o mundo retumbar”, afirmam as curadoras, sintetizando a proposta da exposição de deslocar o espectador e promover experiências sensoriais intensas, em que a percepção tradicional de arte é questionada.

Além das obras visuais, a mostra integra performances e videoinstalações que ampliam o diálogo entre matéria, espaço e público, consolidando a trajetória experimental de Cavalcanti ao longo de mais de três décadas de atuação.