ONU alerta para fome, violência e detenções de humanitários que agravam crise no Iêmen

Relatório aponta risco de inanição para 17 milhões de pessoas e destaca ataques a civis e infraestrutura crítica.
Relatório aponta risco de inanição para 17 milhões de pessoas e destaca ataques a civis e infraestrutura crítica.

Na segunda-feira (16/09/2025), altos representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram o Conselho de Segurança sobre a escalada de fome, violência e restrições à ajuda humanitária no Iêmen, país que enfrenta uma crise humanitária com 17 milhões de pessoas em insegurança alimentar e risco de fome extrema para mais de 1 milhão até fevereiro de 2026.

Fome atinge níveis recordes

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, informou que 70% dos lares não têm alimento suficiente, percentual considerado o mais alto registrado no país. Cerca de um em cada cinco agregados familiares passa um dia inteiro sem qualquer refeição, enquanto dois milhões de mulheres e meninas perderam acesso a serviços de saúde reprodutiva devido à falta de financiamento.

Conflito em espiral

O enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, destacou os confrontos em Al Dhale’, Ma’rib e Taiz, além de ataques contra civis e infraestruturas críticas. Segundo ele, a crise também é afetada pelo contexto da guerra em Gaza, que intensifica os confrontos entre Ansar Allah (Houthis) e Israel, aumentando o risco de conflito em grande escala.

Trabalhadores humanitários em risco

Apesar da dificuldade, a ajuda humanitária continua chegando a dezenas de milhares de pessoas em Hajjah, Amran e Ma’rib, incluindo alimentos, água, abrigo e serviços de nutrição. No entanto, operações enfrentam ataques, destruição de infraestrutura e detenções arbitrárias. Mais de 40 trabalhadores humanitários permanecem em cativeiro, e 22 funcionários da ONU foram recentemente detidos pelo grupo Ansar Allah, sendo que um já foi libertado e outro morreu sob custódia.

Urgência de diálogo e cessar-fogo

Grundberg e Fletcher reforçaram a necessidade de um cessar-fogo imediato e de um processo político inclusivo. O enviado especial pediu que as lideranças iemenitas abandone medidas unilaterais e avance em reformas econômicas e diálogo nacional, enquanto Fletcher enfatizou que a ajuda humanitária deve chegar a todas as áreas sem restrições, garantindo segurança, justiça e oportunidade à população iemenita.

*Com informações da ONU News.


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