O Carnaval de Salvador atrai milhões de foliões e impõe desafios ao corpo humano. A exposição prolongada ao calor, o consumo elevado de bebidas alcoólicas, a desidratação e as longas horas de dança aumentam os riscos para a saúde, especialmente para o sistema cardiovascular e musculoesquelético. A sobrecarga física e a exposição a fatores adversos podem resultar em problemas cardíacos e lesões ortopédicas, levando foliões a procurarem atendimento médico no auge da festa. Especialistas orientam sobre os cuidados necessários para evitar complicações e garantir uma folia segura.
A cardiologista Marianna Andrade, coordenadora do setor de Cardiologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), destaca que a desidratação pode reduzir o volume sanguíneo, provocar queda de pressão arterial e sobrecarregar o coração. Os efeitos variam entre tontura e cansaço extremo até arritmias e outras complicações mais graves. O consumo excessivo de álcool agrava esse quadro, pois acentua a desidratação e pode elevar a pressão arterial.
O impacto no sistema cardiovascular é ainda mais significativo em pessoas com hipertensão, diabetes e outras condições preexistentes. Segundo a médica, a melhor forma de prevenção inclui manter a hidratação constante, intercalar a ingestão de álcool com água, evitar longas exposições ao sol e estar atento a sintomas como fadiga extrema, dor no peito e tontura. Alimentação leve e equilibrada também contribui para manter o equilíbrio do organismo e garantir energia suficiente para a folia.
A sobrecarga física também favorece lesões ortopédicas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o número de cirurgias decorrentes de traumas aumenta entre 40% e 60% durante o período carnavalesco. O ortopedista Nivaldo Cardozo, coordenador da ortopedia do HMDS e Mater Dei Emec, explica que a duração prolongada das festas e o esforço intenso podem resultar em torções, fraturas e processos inflamatórios nas articulações.
Fatores como cansaço, consumo de álcool e terrenos irregulares aumentam a probabilidade de quedas e traumas. Segundo o especialista, um dos erros mais comuns é ignorar sinais de fadiga e continuar na folia mesmo com articulações sobrecarregadas. O uso de calçados inadequados também contribui para os acidentes, pois sandálias rasteiras ou pés descalços aumentam a exposição a cortes, pisões e torções. O tênis, por oferecer suporte e absorção de impacto, é a opção mais segura para quem pretende aproveitar a festa sem intercorrências.
O período carnavalesco também apresenta riscos no trânsito. O número de acidentes aumenta entre 20% e 30%, com o consumo de álcool sendo um dos principais fatores para essa estatística. A distração ao volante, muitas vezes agravada pelo uso do celular, multiplica em até quatro vezes o risco de colisões. Para reduzir os riscos, especialistas recomendam o uso de meios de transporte alternativos, como aplicativos, táxis ou caronas previamente combinadas.
Embora o Carnaval seja um momento de celebração, exige atenção e cuidados para evitar problemas de saúde e acidentes. O preparo físico pode ser um diferencial para quem pretende encarar a maratona de blocos e trios elétricos. Medidas como pausas regulares, hidratação adequada e escolha de calçados apropriados ajudam a minimizar riscos. “O equilíbrio entre a animação e o respeito aos limites do próprio corpo é fundamental para garantir uma experiência segura”, afirma Nivaldo Cardozo.
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