António Guterres destaca papel de diplomata português no salvamento de milhares de judeus durante o Holocausto

António Guterres destaca papel de diplomata português no salvamento de milhares de judeus durante o Holocausto.
Secretário-geral da ONU relembra Aristides de Sousa Mendes, diplomata que desafiou ordens do governo português para emitir vistos a judeus durante a Segunda Guerra Mundial, em discurso no Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto. ONU reforça compromisso com o combate ao antissemitismo. (Foto: Albert Laurence).

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, aproveitou o tradicional discurso realizado na Sinagoga Park East, em Nova Iorque, para relembrar as vítimas do Holocausto e destacar as ações de indivíduos que se colocaram em risco para salvar vidas durante o genocídio cometido pelos nazistas. Entre essas histórias, destacou-se a de Aristides de Sousa Mendes, diplomata português que, em 1940, desafiou as ordens do governo de Portugal e emitiu vistos para milhares de judeus que fugiam da perseguição nazista.

A cerimônia, realizada no âmbito do Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto, também marcou os 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, um dos símbolos do Holocausto. Durante o evento, Guterres lembrou que o Holocausto representou um colapso moral total, evidenciado pela desumanização de milhões de pessoas e pela cumplicidade generalizada em atrocidades que marcaram a Segunda Guerra Mundial. “Em meio a esse horror, também houve histórias de coragem e humanidade”, afirmou.

A mensagem de Guterres foi lida por Miguel Ángel Moratinos, alto representante da Aliança das Civilizações da ONU. Durante o discurso, foi destacado que Aristides de Sousa Mendes, então cônsul de Portugal em Bordeaux, na França, agiu contra as ordens do regime de Salazar, emitindo vistos para judeus que buscavam escapar da ocupação nazista. Por sua desobediência, Sousa Mendes foi expulso do serviço diplomático e viveu seus últimos anos na pobreza. Apesar disso, em 1966, ele foi reconhecido pelo memorial Yad Vashem, em Israel, como um dos “Justos entre as Nações”, título concedido àqueles que arriscaram suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto.

Hoje, o legado de Sousa Mendes está preservado na Casa do Passal, museu dedicado à sua memória localizado no norte de Portugal. O museu representa um marco de reflexão sobre a importância das ações individuais em defesa dos direitos humanos.

Durante o discurso, Guterres também abordou o crescimento do antissemitismo em diversas regiões do mundo. O secretário-geral enfatizou a responsabilidade coletiva de combater essa forma de discriminação, destacando que a ONU lançou um Plano de Ação para Aumentar o Monitoramento e a Resposta ao Antissemitismo. “O combate ao antissemitismo é um dever de todos, indivíduos e coletividades, para garantir que as lições do passado não sejam esquecidas”, concluiu.

A data foi instituída pelas Nações Unidas em 2005 para promover a memória e a educação sobre o Holocausto, buscando prevenir que atrocidades semelhantes ocorram novamente. O Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto relembra não apenas as vidas perdidas, mas também a necessidade de uma vigilância constante contra o ódio e a intolerância.

* Com informações Nações Unidas.


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