Em um cenário desolador na fronteira entre Mianmar e Tailândia, jovens aspirantes são atraídos para centrais especializadas em golpes com criptomoedas, onde se tornam prisioneiros de redes criminosas globais. Sob ameaças, torturas e em condições que beiram a escravidão, mais de 100 mil indivíduos, segundo a ONU, estão confinados nesses centros de fraude online. A DW conduziu uma investigação reveladora, destacando a brutal realidade vivida pelos trabalhadores, com relatos de vigilância rigorosa, tortura e até mesmo assassinato.
Aaron, inicialmente encantado com uma oferta de emprego na Tailândia, logo se viu preso em um pesadelo ao chegar a Bangcoc. Transportado para o KK Park, uma das fábricas de golpes online, ele, junto a outros, foi forçado a enganar internautas ao redor do mundo, convencendo-os a investir em criptomoedas. Sob a ameaça constante de violência, o grupo trabalhava 17 horas por dia, sem folgas, alimentando um esquema criminoso que zerava contas assim que atingiam determinadas somas.
A investigação revela a conexão do KK Park com a máfia chinesa, com guardas fronteiriços de Mianmar policiando o local, enquanto chefes chineses comandam a operação. A trilha de pagamentos leva até empresários chineses, incluindo um notório líder da máfia, levantando questões sobre a possível ligação com a Iniciativa do Cinturão e Rota da China. O complexo, construído sob medida para fraudes online, destaca a crescente influência dessas redes criminosas, enquanto as vítimas, sobreviventes de um sistema brutal, lutam para escapar.
*Com informações da Agência DW.
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