A busca por tratamentos eficazes, seguros e personalizados para a dor crônica tem impulsionado o desenvolvimento de medicamentos e dispositivos inovadores que atuam diretamente nos mecanismos de percepção da dor. A condição, caracterizada por persistir por mais de três meses, afeta cerca de 30% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), gerando impactos significativos na qualidade de vida.
Novos medicamentos para dor crônica
Nos últimos meses, a FDA aprovou novos fármacos voltados a dores complexas, como fibromialgia e neuropatias, ampliando as opções de manejo clínico. O Tonmya™ (TNX-102 SL), formulado para uso noturno, atua restaurando a qualidade do sono e reduzindo a dor difusa e a fadiga. Já a suzetrigina (Journavx™) bloqueia seletivamente o canal de sódio NaV1.8, oferecendo analgesia sem risco significativo de dependência.
No mercado asiático, medicamentos como mirogabalina (Tarlige®) e crisugabalina (HSK16149) atuam sobre canais de cálcio tipo α₂δ, apresentando maior seletividade e tolerabilidade em neuropatias, incluindo neuropatia diabética periférica e neuralgia pós-herpética. Esses recursos destacam a ampliação do arsenal terapêutico com menores efeitos colaterais e foco na dor crônica persistente.
Avanços em neuromodulação
A neuromodulação utiliza estímulos elétricos ou magnéticos para regular circuitos neurais relacionados à percepção da dor. Em abril de (2024), a FDA aprovou o Inceptiv™, primeiro estimulador de medula espinhal com circuito fechado capaz de ajustar automaticamente a intensidade da estimulação. Dados clínicos indicam que 82% dos pacientes relataram redução de pelo menos 50% da dor, 50% reduziram ou suspenderam opioides, e 87% registraram melhora em múltiplos domínios da qualidade de vida.
No Brasil, o primeiro implante do dispositivo ocorreu em setembro de (2025) na rede particular, ainda sem previsão de disponibilidade no sistema público. Pesquisas adicionais investigam Estimulação Magnética Transcraniana (TMS) como terapia adjunta, especialmente em dores neuropáticas centrais, ampliando o portfólio de neuromodulação menos invasiva.
Estratégias integradas de manejo da dor
Além de inovações farmacológicas e tecnológicas, analgésicos convencionais, anti-inflamatórios, fisioterapia, exercícios e psicoterapia continuam sendo pilares do manejo da dor crônica moderada a severa. Intervenções cirúrgicas e neuromodulatórias complementam o tratamento em casos de maior gravidade, sempre com supervisão médica individualizada para garantir segurança e resultados duradouros.
O Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião especialista em dor da Unicamp, destaca que a evolução dos tratamentos permite agir diretamente nos mecanismos da dor, restaurando funções do sistema nervoso e oferecendo controle prolongado do desconforto.
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