ONU alerta para impactos intergeracionais da violência sexual em conflitos armados

Em 19 de junho, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Sexual em Conflitos, líderes da ONU reforçam necessidade de responsabilização e apoio a sobreviventes.
Em 19 de junho, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Sexual em Conflitos, líderes da ONU reforçam necessidade de responsabilização e apoio a sobreviventes.

A Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu, em sua sede em Nova Iorque, um evento oficial pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência Sexual em Conflitos, data instituída para reforçar o combate a um dos crimes mais graves cometidos durante guerras e crises armadas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a violência sexual como uma “tática grotesca de guerra” que gera impactos duradouros sobre indivíduos, comunidades e gerações futuras.

Guterres afirmou que os autores dessas violações frequentemente permanecem impunes, enquanto os sobreviventes enfrentam estigmatização, traumas físicos e psicológicos, e limitações no acesso a cuidados de saúde e apoio psicossocial. O secretário-geral pediu acesso seguro a serviços centrados nos sobreviventes e reiterou a urgência de responsabilizar os perpetradores desses crimes conforme o direito internacional humanitário.

O foco da campanha deste ano está nas consequências intergeracionais da violência sexual, que afetam também descendentes de vítimas. Gravidezes decorrentes dessas agressões podem levar a rejeição social e discriminação contra as crianças nascidas nessas circunstâncias. A ONU alerta que essas ações não apenas violam direitos humanos, como também dificultam reconciliações e a construção de paz duradoura em regiões afetadas.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 12 milhões de pessoas estão em risco de violência sexual no Sudão, contexto em que essa prática tem sido associada ao sequestro, ao recrutamento de crianças-soldado e à desintegração dos laços sociais em comunidades inteiras.

Durante o evento, participaram representantes de alto escalão da ONU, incluindo a representante especial sobre Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, e a representante especial para Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba, além de autoridades diplomáticas como membros da Missão Permanente da Argentina nas Nações Unidas.

A ONU reforça que a violência sexual relacionada a conflitos configura crime de guerra, crime contra a humanidade e, em certos contextos, ato de genocídio, exigindo atuação coordenada de governos, organismos multilaterais e sociedade civil para o enfrentamento e erradicação.

*Com informações da ONU News.


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