O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, participou nesta quinta-feira (27/03/2025) de uma reunião da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) para debater medidas contra o racismo nas competições do continente. O encontro, realizado de forma presencial e remota, reuniu representantes das federações nacionais, ex-atletas e autoridades de governo.
A reunião foi convocada após manifestações da CBF e de clubes brasileiros cobrando sanções mais rígidas para atos de discriminação. No início de março, os jogadores Luighi e Figueiredo, do Palmeiras, foram alvo de insultos raciais durante uma partida contra o Cerro Porteño, pela Libertadores Sub-20, no Paraguai.
“Não podemos minimizar o racismo no esporte. Precisamos adotar medidas eficazes para erradicá-lo, e isso só será possível com penas desportivas severas, além das sanções financeiras”, declarou Ednaldo Rodrigues.
O presidente da CBF defendeu a aplicação de punições previstas no Código Disciplinar da Conmebol, como perda de pontos, desclassificação de torneios e obrigatoriedade de jogos com portões fechados para clubes cujas torcidas ou dirigentes cometam atos discriminatórios.
O embaixador do Brasil no Paraguai, José Marcondes, também participou da reunião e reforçou a necessidade de a Conmebol atuar de forma mais incisiva no combate ao racismo. “No Brasil, racismo é crime inafiançável e imprescritível. O futebol sul-americano precisa seguir esse caminho”, afirmou.
Propostas apresentadas pela CBF
Na reunião, a CBF apresentou um documento contendo sugestões para reforçar o combate ao racismo no futebol. Entre as propostas, destacam-se:
- Aplicar sanções desportivas previstas no artigo 6 do Código Disciplinar da Conmebol, como perda de pontos, desclassificação de torneios e proibição de jogos em determinados estádios;
- Incluir a discriminação racial no artigo 27 do Código Disciplinar, estabelecendo um prazo de 10 anos para reincidência de infrações por clubes e federações;
- Criar um Tribunal Disciplinar independente com, no mínimo, 11 membros, indicados por associações nacionais e clubes, garantindo maior transparência nos julgamentos;
- Revisar as competências do juiz único previsto no artigo 61 do Código Disciplinar, permitindo maior participação da defesa técnica nos processos disciplinares.
Criação de força-tarefa e próximos passos
Após a reunião, a Conmebol anunciou a formação de uma força-tarefa dedicada ao desenvolvimento de estratégias para combater o racismo, a discriminação e a violência no futebol. O grupo será composto por ex-jogadores e especialistas jurídicos.
As decisões sobre a implementação das propostas serão discutidas na reunião do Conselho da Conmebol, prevista para o dia 7 de abril, em Assunção, Paraguai.
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