Ferryboat é afundado de forma controlada em Salvador para criação de recife artificial

Ferryboat é afundado de forma controlada em Salvador para criação de recife artificial.
Embarcação que operou por 46 anos na travessia Salvador-Itaparica será habitat para espécies marinhas e fomentará o turismo de mergulho. (Matheus Landim).

O ferryboat Juracy Magalhães, que operou por quase 46 anos na travessia Salvador-Itaparica, foi afundado de forma controlada na sexta-feira (21/03/2025) para a criação de um recife artificial na região do Rio Vermelho, em Salvador. A ação foi realizada por uma parceria entre a Secretaria do Turismo da Bahia (Setur-BA), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a Marinha do Brasil. Antes do naufrágio controlado, a embarcação passou por inspeções ambientais para remoção de resíduos e espécies invasoras, minimizando impactos ao ecossistema marinho.

O bólogo do Inema, Marcelo Peres, explicou que, após o afundamento, a estrutura submersa deverá ser colonizada por corais e outras espécies marinhas em um prazo aproximado de um ano. “Fizemos estudos de sedimentos e biodiversidade do local e realizamos quatro inspeções na embarcação para garantir que não houvesse impactos negativos. Nossa expectativa é que o recife artificial beneficie tanto o meio ambiente quanto o turismo de mergulho na Bahia“, destacou.

A criação de recifes artificiais tem sido uma estratégia para impulsionar o turismo e os estudos científicos na Baía de Todos-os-Santos. O governo estadual já realizou afundamentos controlados de outras embarcações, incluindo o ferryboat Agenor Gordilho e um navio de reboque, ambos submersos em novembro de 2020. O secretário do Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, ressaltou que cerca de nove embarcações já foram naufragadas com essa finalidade e que a iniciativa contribui para a expansão do turismo de mergulho em Salvador.

“Temos naufrágios registrados por acidentes e guerras, mas estamos investindo em afundamentos planejados para transformar Salvador em um dos maiores destinos urbanos de turismo de mergulho do mundo. As embarcações afundadas estão próximas do litoral, permitindo que mergulhadores iniciantes e profissionais explorem esses locais com segurança”, afirmou Bacelar.

A embarcação Juracy Magalhães, com aproximadamente 800 toneladas e 71 metros de comprimento, foi afundada a quatro quilômetros da costa, a uma profundidade de 30 metros, na região do Largo da Mariquita.

Turismo e impactos ambientais

A empresária e instrutora de mergulho Tania Corrêa, responsável por uma operadora de turismo náutico, destacou os impactos positivos do recife artificial. “O ferry Agenor Gordilho está completamente coberto de corais, e os mergulhos revelam a presença de espécies ameaçadas de extinção. Além dos benefícios ecológicos, essa iniciativa fortalece o turismo local, atraindo mergulhadores de diversos países”, afirmou.

De acordo com a Setur-BA, a procura por atividades de mergulho recreativo cresceu 435% desde a última submersão controlada em 2020, consolidando o turismo náutico como um segmento estratégico para a economia da Bahia.

Sobre o ferryboat

O ferry Juracy Magalhães entrou em operação em (05/12/1972), realizando a travessia Salvador-Itaparica até ser retirado de circulação em (16/11/2018).


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