Espetáculo “Monocontos, Elas Fantasiam o Tempo” estreia em Salvador com proposta imersiva e sensorial

O Coletivo Meio Tempo estreia, nesta quarta-feira, o espetáculo “Monocontos – Elas Fantasiam o Tempo”, às 20h, na Casa Rosa (Teatro Cambará), em Salvador. A montagem, que permanecerá em cartaz por 12 apresentações, propõe uma experiência teatral imersiva e sensorial, explorando memórias, ancestralidade e a força do feminino por meio da tradição oral das griots.

Dirigido por Ridson Reis e com dramaturgia de Elísio Lopes Jr., “Monocontos” marca um novo momento do grupo, criado em 2016, ao trazer três mulheres negras no centro da cena: as atrizes Dani Souza, Naira da Hora e Shirlei Silva. O espetáculo se estrutura em monólogos inspirados na narrativa das moiras, figuras mitológicas que controlam o destino dos seres humanos e dos deuses.

A peça se desenrola em torno de uma grande árvore de macramê, elemento central do cenário e também presente nos figurinos, assinados por Guilherme Hunder. O público é posicionado em formato de arena, favorecendo uma experiência de escuta e interação com a cena. A direção de movimento, conduzida pelo coreógrafo Arismar Adoté, incorpora elementos de dança afro, trazendo dinâmica à encenação. A trilha sonora, composta por Roquildes Júnior, utiliza instrumentos ancestrais como balafon, cabaça e kalimba para ambientar a atmosfera cênica.

Para o diretor Ridson Reis, a proposta transcende a teatralidade convencional: “Estamos construindo algo onde as atrizes são o foco, sendo honestas e verdadeiras com as palavras e com o tempo presente”. Elísio Lopes Jr. destaca a relação entre texto e cena: “Monocontos nasce dos atores. É um coletivo de monólogos que se desdobram em várias narrativas, onde o teatro nos permite tentar escolher o final das histórias, mas, no fim, é o olhar do outro que define cada apresentação”.

A produção integra o projeto Caravana do Meio Tempo, contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com apoio da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador e Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura.