Os sítios do Patrimônio Mundial, protegidos pela Unesco, emergem como os últimos redutos para a preservação de espécies ameaçadas em todo o mundo. Um apelo urgente foi lançado aos 195 Estados signatários, enfatizando a necessidade de proteger esses locais cruciais, principalmente contra as mudanças climáticas.
Um estudo conjunto realizado pela Unesco e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) revelou que esses sítios abrigam os últimos bastiões da biodiversidade global, além de muitas das espécies ameaçadas de extinção.
Embora ocupem menos de 1% da superfície terrestre do planeta, esses sítios abrigam uma impressionante fatia de 20% das espécies conhecidas. Entre eles, estão lugares notáveis como o Parque Virunga, na República Democrática do Congo, o Delta do rio Okavango, no Botswana, e as densas florestas de Madagascar.
Essas áreas são verdadeiros refúgios para animais em risco, incluindo elefantes, tigres e pandas. Guy Debonnet, do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, destaca que cerca de um terço da população mundial de rinocerontes pode ser encontrada em sítios do patrimônio mundial. Ele também menciona a vaquita, um pequeno cetáceo com apenas dez exemplares conhecidos, cuja população reside inteiramente no Golfo da Califórnia, outro sítio listado.
A proteção dessas áreas torna-se vital para cumprir o compromisso global de preservar 30% das terras e mares do mundo até 2030, conforme estabelecido durante a Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica (COP15) em Montreal, buscando evitar o colapso da vida animal.
No entanto, apesar das medidas de proteção rigorosas, um terço dos sítios da Unesco está enfrentando uma situação crítica devido a pressões humanas, que incluem caça ilegal, exploração desenfreada de recursos, desmatamento, invasão de espécies e crescentes projetos de desenvolvimento de infraestrutura que ameaçam esses locais preciosos.
Tales Carvalho Resende, gestor de projetos do Comitê do Patrimônio Mundial e colaborador do estudo, destaca que os 1.157 sítios naturais e culturais do Patrimônio Mundial da Unesco abrigam uma riqueza incrível, com mais de 75 mil espécies de plantas e mais de 30 mil espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios, entre as mais de 600.000 espécies conhecidas em todo o mundo.
Essas áreas são a última esperança para proteger mais de 20.000 espécies globalmente ameaçadas, incluindo alguns dos últimos representantes de muitas delas. No entanto, a preservação de um terço desses sítios naturais está em risco, especialmente devido às mudanças climáticas, exigindo ações urgentes de adaptação e prevenção, juntamente com investimentos substanciais.
Lazare Eloundou-Assomo, diretor do Patrimônio Mundial da agência da ONU, enfatiza que a biodiversidade é essencial para o equilíbrio da humanidade e que os sítios do Patrimônio Mundial desempenham um papel crítico na proteção dessas espécies. Ele alerta que, com as pressões crescentes das atividades humanas e projetos de infraestrutura, negligenciar essa proteção colocaria em perigo o próprio planeta. A conscientização sobre essas ameaças deve servir como um alerta para a necessidade urgente de agir.
*Com informações da RFI.
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